Mostrando postagens com marcador Vale do Itajaí. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Vale do Itajaí. Mostrar todas as postagens

domingo, 11 de outubro de 2009

Oktoberfest Blumenau


Neste dia 7 de outubro aconteceu um dos desfiles da Oktoberfest. O desfile se compõe de 104 entidades, entre bandas, grupos folclóricos, carros e outras atrações (carruagens, carroças, carros de boi, grupos folclóricos, bandas musicais alemãs e brasileiras, clubes de caça e tiro, carros alegóricos, clubes, bondepeia, centopeia, choppmotorrad etc).

Alguns dos carros distribuem chopp à multidão, mas a distribuição é parcimoniosa, mais para simbólica.

Vejo o desfile há 12 anos e há carros e bandas que estão presentes nestes 12 anos. Presença constante também são os 17 imigrantes: pessoas da cidade, com roupas da época, representam as 17 pessoas que fundaram a colônia, vindas da Alemanha.

Apesar de serem 104 entidades, elas agregam cerca de 2000 pessoas . Ou seja, o desfile todo tem os componentes de uma Escola de Samba. As pessoas desfilam num passo rápido, de modo que, em uma hora tudo acontece. É o espírito de Blumenau: rapidez e eficiência. E, meia hora depois de terminado o desfile, todos já voltaram à vida normal. Quem desfilou já foi para casa; quem assistiu ao desfile, voltou às suas ocupações habituais. E as cordas de isolamento, postas no lugar meia hora antes, já estão recolhidas meia hora depois.

A "Oktober", como aqui é chamada, foi feita para animar o povo, que andava triste por causa das enchentes de 1983/1984. Feita para animar as pessoas da cidade, por elas foi assumida e estas pessoas deram vida à festa. Como o sucesso interno foi garantido, ele se expandiu para o público externo. Aqui a festa era uma celebração à cultura alemã. Outras cidades vizinhas passaram a fazer festas na mesma época, cada qual celebrando sua cultura. E se aqui a festa é alemã, em Itajaí é portuguesa. E daí surgiram festas italianas também, pois para a região vieram também imigrantes da Itália.

Mas essa celebração da cultura alemã nem sempre foi uma festa. Traços mais duros dos imigrantes ainda são perceptíveis, como, por exemplo, a manutenção do uso da língua alemã. Duro porque às vezes é constrangedor ver brasileiros se comunicando em alemão e a gente sem nada entender. Falar alemão é uma forma de preservar a cultura germânica. Conheci descendentes de imigrantes alemães que, nascidos e criados no Brasil, não sabiam falar português.

Para se ter uma idéia da cultura alemã em Blumenau e suas rusgas com o pessoal de Itajaí, especialmente na década de 1920, há um livro muito interessante, de onde, inclusive, tirei esta informação sobre a importância dada ao uso da língua alemã (página 83). O livro é de Giralda SEYFERTH e se chama Nacionalismo e identidade étnica. A ideologia germanista e o grupo teuto-brasileiro numa comunidade do Vale do Itajaí (Florianópolis, Fundação Catarinense de Cultura - FCC, 1981)