domingo, 25 de setembro de 2011

A Baladeira e o Deputado

O avião estava começando os procedimentos de decolagem no aeroporto de Congonhas. Ia para Brasília. Portas fechadas e aviso para desligar os celulares. Ao meu lado, duas baladeiras, dedilhando freneticamente seus celulares. Deviam ter cerca de 18 ou 20 anos e a conversa, entre um dedilhar e outro, versava sobre onde iam para as baladas de fim de ano: Balneário Camboriú, Jurerê Internacional, Fortaleza, Rio, São Paulo, Buenos Aires. Não ouvi se houve alguma decisão. E continuavam a dedilhar os celulares e o avião se aproximando da cabeceira da pista para decolar. Do outro lado, um Deputado, na faixa dos 50 anos (os cabelos já estavam todos brancos, o que podia indicar também 60 anos). Se não era o Deputado que eu pensava, pelo menos tinha 50 ou 60 anos. Também dedilhava o celular, mas sem a agilidade das moças (a agilidade não nos é possível, não pela idade, mas pela tardia convivência com o celular). Fiquei esperando que desligassem o celular (o avião já estava quase chegando na cabeceira da pista). Na penúltima hora, o Deputado desligou o celular. Na última hora, a pedido da amiga, a moça desligou o celular dela.
Moral da história: um brasileiro, aos 60 anos (situação que não sei se o deixa no presente ou no passado) transgrediu a norma que proíbe uso de celular em avião em procedimento de decolagem; uma brasileira, aos 20 anos (situação que não sei se a deixa no presente ou no futuro) transgrediu a norma que proíbe uso de celular em avião em procedimento de decolagem.
Algum dia mudaremos? 

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