Nunca esqueço de minha mãe dando a notícia da renúncia de Jânio Quadros: "O Jânio foi pra rua". Mesmo com 4 anos, o episódio me ficou gravado. Imaginei o Presidente caminhando sozinho por uma rua, cabisbaixo, sem saber ou ter para onde ir. A rua era escura e calçada com paralelepípedos escuros. Na calçada à esquerda havia um parede cinza, cheia de portas de estabelecimentos comerciais. Creio que era a imagem que eu fazia de uma cidade como Brasília ou Rio de Janeiro, ou São Paulo.
A campanha de Jânio empolgou muita gente. Havia vassourinhas douradas e verdes, que as pessoas colocavam na lapela. Minha mãe, udenista, era entusiasta de Jânio. Um tio meu, eleitor de Lot, um dia me viu com uma vassoura na mão e, de brincadeira, deu-me umas vassouradas.
Dia 25 de agosto de 1988 foi o dia em que defendi minha dissertação de mestrado, o que faz a data trazer-me uma ótima recordação.
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