Nestes dias finais de agosto já iam a pleno vapor os ensaios da Fanfarra do Colégio Salesiano Itajaí. Corria o ano de 1972. Já havíamos ensaiado bastante na sala de instrumentos, depois no pátio do Colégio e já começávamos a ensaiar na rua. Poucos sabiam ler notas musicais e a gente tocava por número (pisto 1, 2, 3 e 0). A cidade comportava ensaios de rua, pois Itajaí era uma cidade de pouco mais de 50 mil habitantes. A fanfarra dos colégios, ensaiando pelas ruas, era uma atração na cidade. Depois, dia 1º de Setembro, às 6 horas da manhã, fazíamos a alvorada: a fanfarra desfilava pelas ruas centrais de Itajaí, tocando a toda força. As pessoas não se importavam e certamente achavam um bom motivo para se acordar. Depois, no dia 7 de Setembro, o colégio desfilava em todo o seu conjunto (sempre havia, é verdade, alguns vadios que se recusavam a desfilar).
Pois bem, havia um colega de fanfarra de sobrenome Carvalho. Gente boníssima, brincalhão, mas seu sobrenome se prestava a trocadilhos. Carvalho tocava fuzileiro. E se havia uma coisa que todos se irritavam era o toque de instrumentos na sala em que se os guardava. A gurizada, na faixa dos 15 - 16 anos, não era parcimoniosa nem discreta no uso de palavrões. Mas não os escrevia. Então, um dia escreveram na parede da sala de instrumentos um frase que muito gritavam: "Não toca, carvalho" (com letra minúscula, claro).
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