quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Praia no Inverno

Nossas praias se enchem no verão e se esvaziam no inverno. Mas as praias vazias são muito bonitas também.





terça-feira, 30 de agosto de 2011

Caminhos de Jurerê

Caminhos nos levam para lugares ou para caminhadas. Prefiro os caminhos que me levam para lugares, pois os caminhos para caminhadas são chatos, monótonos e compulsórios. Os caminhos das fotos, apesar de muito bonitos, são para mim, em geral, compulsórios.








domingo, 28 de agosto de 2011

Não toca, Carvalho!

Nestes dias finais de agosto já iam a pleno vapor os ensaios da Fanfarra do Colégio Salesiano Itajaí. Corria o ano de 1972. Já havíamos ensaiado bastante na sala de instrumentos, depois no pátio do Colégio e já começávamos a ensaiar na rua. Poucos sabiam ler notas musicais e a gente tocava por número (pisto 1, 2, 3 e 0). A cidade comportava ensaios de rua, pois Itajaí era uma cidade de pouco mais de 50 mil habitantes. A fanfarra dos colégios, ensaiando pelas ruas, era uma atração na cidade. Depois, dia 1º de Setembro, às 6 horas da manhã, fazíamos a alvorada: a fanfarra desfilava pelas ruas centrais de Itajaí, tocando a toda força. As pessoas não se importavam e certamente achavam um bom motivo para se acordar. Depois, no dia 7 de Setembro, o colégio desfilava em todo o seu conjunto (sempre havia, é verdade, alguns vadios que se recusavam a desfilar).
Pois bem, havia um colega de fanfarra de sobrenome Carvalho. Gente boníssima, brincalhão, mas seu sobrenome se prestava a trocadilhos. Carvalho tocava fuzileiro. E se havia uma coisa que todos se irritavam era o toque de instrumentos na sala em que se os guardava. A gurizada, na faixa dos 15 - 16 anos, não era parcimoniosa nem discreta no uso de palavrões. Mas não os escrevia. Então, um dia escreveram na parede da sala de instrumentos um frase que muito gritavam: "Não toca, carvalho" (com letra minúscula, claro).

sábado, 27 de agosto de 2011

Deus ajuda quem cedo madruga

É preciso pensar, meditar, trabalhar seriamente para melhorarmos as nossas instituições e Estado, e ter bem presentes as palavras de M. Pórcio Catão no Senado Romano, Vigilando, agendo, bene consulendo prospera omnia cedunt: ubi secordiae te atque ignaviae tradideris, nequidquam Deos implores, irati infestique sunt. (Pela vigilância, pela ação, pelas sábias decisões é que acontece todo o sucesso; quando nos entregamos à preguiça e à indolência, em vão imploramos os deuses; eles ficam irritados e hostis. Salústio, Catilina, LII, 29).
Do livro Visconde do Uruguai / organização e introdução de José Murilo de Carvalho. São Paulo: Ed.34, 2002. 640 p. (Coleção Formadores do Brasil) - ISBN 85-7326-237-0, pp. 75-76.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Problemas e Causas

José Murilo de Carvalho, em sua introdução ao livro Visconde do Uruguai, diz o seguinte: 
Joaquim Nabuco, em sua extraordinária análise sociológica da escravidão feita em "O ABOLICIONISTA", atribuiu à terrível instituição boa parte dos principais problemas do país, como a precária formação das classes sociais, a fraqueza da sociedade, a dependência do Estado, o peso do funcionalismo público, o desprezo pelo trabalho manual. Havia, sem dúvida, alguma verdade na análise. A dificuldade surge quando se verifica que, extinta há longo tempo a escravidão, persistem quase todos os problemas apontados por Nabuco como dela decorrentes. Há nesse caso apenas duas saídas. Ou dizer que Nabuco se enganou e que a escravidão nada tinha a ver com os problemas, ou, o que é mais sensato, admitir que a escravidão era apenas parte da explicação e que outras causas operavam simultaneamente. 
Esta atribuição de causas a problemas, sem a necessária pesquisa e análise, lembra o diagnóstico de muitos médicos, quando se deparam com pacientes gordos: logo vão dizendo que doença foi causada pela obesidade. Tenho uma amiga, Sara, que é "cheinha", digamos. Sara é médica. Quando vai a consultas e atribuem a doença de que se queixa à gordura, Sara - quando sabe que a causa provável é outra - diz para o médico: "Engraçado, tempos atrás eu estava bem magra e tive os mesmos sintomas..." E o médico, vencido pelo argumento, passa a fazer um exame mais acurado...

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

25 de Agosto

Nunca esqueço de minha mãe dando a notícia da renúncia de Jânio Quadros: "O Jânio foi pra rua". Mesmo com 4 anos, o episódio me ficou gravado. Imaginei o Presidente caminhando sozinho por uma rua, cabisbaixo, sem saber ou ter para onde ir. A rua era escura e calçada com paralelepípedos escuros. Na calçada à esquerda havia um parede cinza, cheia de portas de estabelecimentos comerciais. Creio que era a imagem que eu fazia de uma cidade como Brasília ou Rio de Janeiro, ou São Paulo.
A campanha de Jânio empolgou muita gente. Havia vassourinhas douradas e verdes, que as pessoas colocavam na lapela. Minha mãe, udenista, era entusiasta de Jânio. Um tio meu, eleitor de Lot, um dia me viu com uma vassoura na mão e, de brincadeira, deu-me umas vassouradas.

Dia 25 de agosto de 1988 foi o dia em que defendi minha dissertação de mestrado, o que faz a data trazer-me uma ótima recordação.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Minha Visita ao Catete

Há dez anos visitei o museu do palácio do Catete. Tudo é muito interessante e compensa a visita. Nada mais interessante, porém, do que o quarto de Vargas, com tudo arrumado como quando o encontraram morto. Meu pai, getulista, sempre achou que não foi suicídio. Mas tudo indica que foi. 
O quarto faz a gente voltar a tudo que ouviu a respeito da morte do Presidente Vargas. Uma visão inesquecível.