sábado, 25 de julho de 2009

Os Rolos no Senado

Estes rolos que estão surgindo no Senado, todos sabem - ou pelo menos sabe quem se interessa pelo tema - é coisa antiga. Mais antiga que o Brasil. Não entendo como se escandalizaram com o mensalão, que foi o penúltimo escândalo. É coisa vinda do cotidiano, coisa cultural. Não adianta sentar a ripa nos políticos, pois precisa-se educar o povo - se se quiser mudar-lhe a cultura.
Penso que estes que vivem dando lição de ética, na verdade conhecem a ética dos romances. Volta e meia vejo o que gente famosa está lendo e, em geral, leem autores estrangeiros. Nos romances, há extremos de ética, mas na vida real tem-se que sobreviver.
Mais: há éticas e éticas. Elas são frutos de uma cultura, da experiência histórica. Nem há melhores, nem piores, há culturas, que são o conjunto de regras sobre o que se deve fazer ou não fazer.
Comunidades humanas seguem regras e sempre seguiram. Destas regras, a mais coercitiva - ou que tem coerção oficial - é o Direito. Mas já se fala em regras entre animais, também (veja-se DE WALL, por exemplo).
Resta saber qual é a ética certa para se obter votos suficientes para se eleger deputado ou senador; ou deputado estadual ou vereador. É difícil convencer alguém a votar em si. Como os políticos conseguiram seus votos e quais exigências os eleitores fizeram?
Conhecer as razões dos votos dos eleitores e discutir estas razões deve ser o ponto de partida.
E persuadir estes eleitores, esta maioria que decide as eleições, é o melhor modo de mudar a política, ou sua base, a cultura política de um povo. No mais, só palpites na grande imprensa, na academia, nos meios jurídicos, com gente mais prestigiada dizendo isso ou aquilo, mas não entendendo como a bola da vez é reeleita após cada linchamento (ainda que o linchamento possa ser correto, se visto como punição à ética dos romances).
Dá trabalho entender o povo, pois isso carece de pesquisa, atenção nos estudos e na interpretação da pesquisa e humildade científica.

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