segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Força e Persuasão


O Poder pode ser exercido somente pelo uso da força ou com o uso da persuasão. Vamos entender exercício do poder com o uso da força não só quando uma pessoa é compelida a fazer ou não fazer alguma coisa com o uso da força pura e simples, mas também quando existe coação mediante ameaça do uso da força. No primeiro caso (uso puro e simples da força) podemos dar como exemplo o aluno que está perturbando a aula e uma outra pessoa ou um grupo de pessoas mais fortes do que aquele aluno o imobilizam e o retiram da sala (o arrancam, pegam-no e o levam para fora); o segundo caso (ameaça de uso da força) ocorrerá quando este aluno for mandado sair da sala sob a mira de uma arma: ou obedece ou leva um tiro (facada etc); ou sob a ameaça de ser arrancado da sala por pessoas mais fortes. Além da ameaça, o poder pode ser exercido por meio da sensação de vigilância, o panopticon de que fala FOUCAULT(1), citando Bentham: uma prisão em forma circular, em que o preso se sente vigiado 24 horas por dia (o Grande Irmão e sua teletela, no livro 1984, de George ORWEL; o BBB da Rede Globo). Ou seja, com a sensação de estar sendo sempre vigiado, o indivíduo se submete ao poder de quem o controla. Ou, outro tipo de persuasão, é a aplicação de castigos, admoestações, sem que o castigado admoestado saiba a razão da punição: para evitá-la, adota a bajulação ou outros comportamentos humilhantes.  Este segundo caso não deixa de ser uma espécie de persuasão. E vamos entender o exercício do poder com o uso da persuasão quando alguém é convencido a fazer ou não fazer alguma coisa mediante um convencimento, que pode ser EMOCIONAL ou RACIONAL. Emocional: um vendedor de amendoim pede para alguém comprar seu produto para ajudá-lo a comprar comida; racional: o mesmo vendedor de amendoim diz ao potencial comprador que seu produto é de ótima qualidade, faz bem para a saúde e é barato.
1 - FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. Tradução de Roberto Machado.  Rio de Janeiro, Edições Graal, 3ª edição, 1982, p. 73.

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