Quando eu tinha uns vinte anos (final da década de 70), os restaurantes finos que serviam "a la carte", apresentavam as refeições em diversos recipientes e um prato vazio para se comer. Como vinha comida em abundância (e o preço era correspondente a esta abundância), era possível que mais de uma pessoa se servisse de um mesmo pedido. Havia restaurantes que tentavam coibir esta prática cobrando um acréscimo quando se pedia dois pratos vazios.
Já os restaurantes mais simples serviam o "Prato Feito", cuja sigla era ou simplesmente "PF": vinha um prato pranto para ser consumido, com feijão, arroz, um bife duro, algumas rodelas de tomada, uma folha ou duas de alface. A quantidade de comida no PF é que ditava a qualidade do restaurante. E os "PF's" tinham um preço bastante acessível.
Pois bem, hoje, os restaurantes finos servem as chamadas "porções individuais", que nada mais são do que versões sofisticadas do velho "PF". Evidentemente que as comidas são mais chiques, os talheres, guardanapos e outros utensílios são de melhor qualidade. E o garçom é muito mais gentil e faz mais salameleques do que os garçons que serviam os "PF's" (quando o PF era servido por garçom, pois muitas vezes se pegava o prato no balcão).
Nenhum comentário:
Postar um comentário