Itajaí: 150 anos de direito, 352 de fato XVIII
Esta passagem de Drumond por Itajaí rendeu-lhe as glórias de fuindador da cidade, pelo menos até 1958 (1). É que Marcos Konder, com base unicamente na biografia do referido personagem (o próprio Konder confessa isso em sua obra “A Pequena Pátria”, p. 67), entendeu ser ele o fundador. E assim redigiu aquela obra, com base nestes dados. Mas não ficou só aí. Sendo prefeito de Itajaí, de 1915 a 1930, realizou, em 1920, as festividades do centenário de fundação da cidade. Mais tarde, em 1960, houve novas festividades comemorativas ao centenário. Desta vez, porém, celebravam-se os cem anos de instalação do município, em face de lei emancipatória de 1959.
Ocorre, porém, que isto de vir alguém fundar uma cidade, vila, freguesia, distrito, colônia ou lugar não ocorreu nem em São Francisco, nem em Itajaí. Quando Manoel Lourenço de Andrade chegou em São Francisco, lá havia uma capela e foi em 1553 que chegaram os primeiros povoadores. E Francisco Lourenço da Costa, em 1815, alegou, para receber uma sesmaria em Itajaí, que ali já tinha um armazém para recolher os efeitos que ali compra para o giro de seu negócio(2).
Portanto, já existiam – e isto foi visto anteriormente – pessoas no lugar. De modo que as informações disponíveis indicam que estas pessoas foram se instalando e, a partir de determinado momento, obtiverem a “oficialização” da póvoa como unidade administrativa canônica. E também estatal, já que, na época, Igreja e Estado se confundiam. Ao curato que seria criado em Itajaí, foi dado o nome de Santíssimo Sacramento do Itajaí.
Notas:
1 - FLORES, Maria Bernadete Ramos. História Demográfica de Itajaí – Uma População em Transição. 1866/1930. Florianópolis, 1979. Dissertação aprovada pelo Curso de Pós-Graduação em História da UFSC, p. 52.
2 - SILVEIRA JÚNIOR, Norberto. Itajaí. São Paulo, Comemorativas, 1972, p. 15
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