quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Jovens Violentos

Um dia destes, um comentarista de TV, irado com o ataque de alguns jovens malfeitores a outros jovens, atribuiu as agressões à falta de educação das crianças de hoje e das que foram crianças há cerca de vinte anos. Disse que a falta de imposição de limites é que causa tais desvios da via (quem desvia da via, segue pela margem, sendo, pois, marginal).
A agressão perpetrada pelos jovens lembrou-me uma história contada por Anselmo, meu conhecido, concidadão e coetâneo.
Anselmo morava em Itajaí na década de 1970 e fora um dia visitar uma tia em Florianópolis. Lá encontrou Nicolau, um amigo de Itajaí, que se mudara com os pais para Florianópolis. Anselmo e Nicolau brincavam juntos em Itajaí, quando ambos tinham de oito a onze anos. Naquele dia em que Anselmo encontrou Nicolau, ambos estavam com 13 anos. Nicolau saiu para dar uma volta e mostrar alguns lugares de Florianópolis para Anselmo. Estavam andando pela rua, quando surgiram atrás deles dois rapazes, um dos quais  (Capistrano) era de Itajaí e estava em Florianópolis a estudos. Os dois (Capistrano e o amigo) caminhavam e fumavam (estavam com cerca de 18 anos). De repente, Capistrano apressa o passo e passa a mão nas nádegas de Anselmo. Este era um ato extremamente agressivo entre rapazes, naqueles tempos (hoje não sei o que pensam disso). 
Anselmo voltou para trás e começou a discutir com Capistrano. Este, aproveitando-se de uma distração de Anselmo, queimou-o com o cigarro. Anselmo percebera que estava lidando com um malfeitor e, sendo menor que este, nada lhe restou além de fugir (e tratar da queimadura).
Capistrano formou-se em medicina e hoje está com quase 60 anos. Não sei se é um bom profissional, pois Anselmo nada mais me contou além da idade e da profissão que o tal indivíduo tem hoje.
Vê-se que, hoje como ontem, os malfeitores não são resultado de uma época, mas sempre existiram e sempre existirão.  
 

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