A experiência tem me mostrado que caminhadas curam mau-olhado, arca caída, ziquizira, zipra, cobreiro, carne rasgada e nó nas tripas. E são um santo remédio para baixar a glicose e o colesterol.
Caminho desde os 32 anos. Mas vez por outra tiro férias de caminhadas.
Desde que, porém, no começo deste ano, as taxas de glicose e colesterol chegaram no alerta amarelo, suspendi as férias de caminhadas por tempo indeterminado. E caminho quase que diariamente.
E diariamente atravesso ruas, sempre pela faixa.
No trecho que uso em Blumenau (Praça dos Estudantes, Rótula da Proeb, ops, Vila Germânica) a faixa de pedestres, é vista como ornamento pelos motoristas. O costume não é só de Blumenau, conforme constatou a RBS. Mas se são raríssimos os motoristas que param pra gente atravessar, mais raros ainda são os guardas de trânsito no local.
Como existe a prisão especial no Brasil, existe também o tratamento especial aos bandidos do trânsito: espera-se que ajam segundo a consciência e não por medo da repressão. Já vi motoristas ameaçarem jogar o carro em cima de mim, depois de eu pedir - por gestos - respeito à faixa. Se me atropelassem, cometeriam crime doloso, ainda que por dolo eventual (no caso, lesões corporais ou homicídio). Mesmo quem passa de carro na faixa, em alta velocidade, além da infração de trânsito, se matar alguém ou causar lesões corporais - ainda que não queira o fato - comete crime com dolo eventual. Enfim, é um bandido do trânsito.
Campanhas, porém, resolvem, para essa gente, tanto quanto tentarmos conscientizar, por propaganda, os ladrões a não roubarem, os homicidas e não matarem, os estupradores a não estuprarem.
Penso que a solução é o bom e velho "panopticon" de Bentam: batidas eventuais dos guardas de trânsito, com parada e multa dos infratores. Um dia pode ter guardas, outro dia não. E processo criminal em cima de quem causar lesões corporais ou homicídios na faixa de pedestre. E divulgação do processo, para que sirva de prevenção ao crime.
Em tempo: estas batidas nem sempre são fáceis de organizar. Já tentei, com a Receita Federal do Brasil, dar umas incertas nas lojas, fazer compras e - quando não dessem a nota fiscal - dar o "teje preso". Mas, supondo que seja liberada a verba para fazer a compra fictícia, vem a discussão se o flagrante é ou não preparado, a conversa da preclusão administrativa etc e tal, que, noves fora, resulta em sonegador solto e Ministério Público visto como abusado...
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