O GESI (Grêmio Estudantil Salesiano Itajaí) foi um período marcante de meus tempos de política estudantil. Foi o primeiro grande sonho e a primeira grande frustração. Eu era secretário e almejava ser presidente. Era tradição que só se elegia quem fosse candidato pela situação. Por motivos que até hoje não conheço com certeza, não fui candidato pela situação. Uma das versões atribuiu o veto à candidatura pela situação a um pedido de meu pai ao diretor do Colégio, preocupado que estava com o forte "stress" (o termo não era conhecido na época) que a política estudantil me causava e que, talvez, tenha sido uma das causas de duas convulsões que tive por aqueles tempos. Mas não sei se este pedido ocorreu, pois meu pai - nos 4 anos que viveu após a eleição - nunca me confirmou.
Enfim, candidatei-me a presidente do Gesi pela oposição e perdi a eleição. Fiquei numa tristeza imensa. Tinha, então, 16 anos (corria o ano de 1973) e o fato me abalou e marcou muito.
Mas a política estudantil de então era realmente muito dura. De um lado, o regime militar via em qualquer estudante um risco para o governo. Hoje vejo que os governantes de então tinham muito medo.
Mesmo um grêmio estudantil numa cidade pequena como Itajaí, era objeto de atenções, perseguições e ameaças.
Ainda que as atividades ficassem em inofensivas comemorações (ver o programa/convite acima), a bisbilhotice oficial era grande e incomodativa.
Eventos artísticos eram trabalhosíssimos, pois, além da organização, havia o problema do regime militar e sua censura. Assim, realizar um Festival da Canção, por exemplo, implicava em submeter as letras das músicas à censura. Imagine-se o trabalho de mandar, via escaninhos da burocracia, letras de músicas feitas por estudantes, para Brasília, passando por Florinópolis. Numa época em que não havia nem fax, nem internet.
Daí porque mais fácil era realizar competições esportivas.
Não sei se hoje há estes grêmios ou se os estudantes secundaristas fazem e como fazem politica estudantil.
Mas - mesmo que com riscos - tenho saudades do GESI e da década de 70.
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