Um dia destes bateram no meu carro. Eu vinha andando na rua, quando um carro saiu de uma garagem e bateu no meu. Ainda businei, mas não adiantou. Parei o carro e logo entendi porque que, sempre que vejo uma batida de carro, as pessoas estão falando ao celular: os dois motoristas de pé, fora do carro, entretidos a falar nos respectivos telefones. Mesmo que se tenha razão, ou mesmo que não se seja o culpado (era o meu caso), o situação é tensa. Sai-se do carro atônito e não se sabe o que fazer. Evidentemente que nunca há por perto uma autoridade do trânsito. Ligo para a esposa para dizer que estarei às voltas com o problema (é a hora do celular que se vê nos outros acidentes). Aí tento ligar para o SETERB (este é o nome do órgão de trânsito, o DETRAN, aqui em Blumenau). Uma gravação diz que o número não existe; ligo para todos os números de emergência e, um a um, a gravação diz que não existem. Horas depois de tudo resolvido venho a saber que a operadora do meu celular ou bloqueia ou tem falhas no acesso aos telefones de emergência. Ainda não tive certeza se esta operadora funciona ou não com os números de emergência. Farei mais alguns testes e, se não funcionar, terei de mudar de operadora.
Graças à minha esposa, que, do local de trabalho conseguiu ligar para o SETERB, fico sabendo que o órgão não se desloca para atender acidentes de trânsito quando os carros se movem: os motoristas devem se dirigir até lá e fazer o boletim de ocorrência (BO). Então a gente tem que esfriar a cabeça e ver o que fazer. Se o motorista do outro carro não reconhecesse a culpa, a providência seria tentar conseguir o nome e endereço de pelo menos duas testemunhas e fotografar os dois carros, de preferência nos locais em que aparecesse a tinta do que bateu na lataria do que foi batido (os celulares hoje resolvem este problema). Para minha sorte o motorista do outro carro reconheceu sua culpa. Mas, por via das dúvidas, bati fotos. Fomos ao SETERB: pega senha, pois só há duas pessoas atendendo e se espera. Meia hora depois se é atendido e se conta o acidente. Contado o acidente, deve-se ir a um banco (evidentemente que fora da repartição pública e longe dali) para pagar uma taxa que dará direito a se retirar o BO. Volta-se e pega-se o BO. Depois disso, as providências para arrumar o carro.
O veículo que bateu era de uma concessionária de automóveis que tinha serviço de lataria. Como era uma sexta-feira, combinamos que eles fariam contato na segunda. Um final de semana preocupado se iriam ou não ligar. Segunda ligaram e fui lá combinar. Acertei que levaria o carro na terça de tarde, para recebê-lo sexta ou segunda. Na segunda o carro não ficou pronto, pois tinha chovido e precisava secar a tinta e poli-la. Na terça o carro ficou pronto, ou seja, uma semana e quatro dias depois da batida. Tudo certinho e sem problemas.
Fico pensando naqueles que andam em desabalada carreira pelas ruas, achando que, se alguém esbarrar neles, não terá razão. Não sabem o quanto incomoda uma batida de carro, mesmo que se tenha razão, mesmo que quem bateu repare o dano. Melhor dar uma paradinha, mesmo estando na preferencial; melhor passar devagar pelo sinal verde, melhor não bater nem ser batido, mesmo tendo razão.
Estou pesquisando sobre direitos e deveres em batidas.Gostaria de saber se a pessoa que causou o acidente pode escolher em qual oficina será feito o reparo do carro da vítima? E se obrigação de quem causou o acidente oferecer um carro a vitima durante o período que o carro dele estiver na oficina?
ResponderExcluirSe a cobrança for judicial, deve-se apresentar 3 orçamentos no processo; se for amigável e o culpado concordar, poder ser na oficina escolhida pelo inocente. O fornecimento de carro decorre da assunção da culpa e do reconhecimento da causa do dano. Assim, uma sentença pode condenar o culpado ao ressarcimento dos danos e, para prevenir isso, o carro seria emprestado. Mas não há um direito subjetivo, líquido e certo para a escolha da oficina e para o recebimento provisório de um carro.
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