sábado, 7 de agosto de 2010

Liselot

Joca é um amigo, que tem uma irmã chamada Lara. Joca contou-me que Lara e sua família tiveram 3 cachorros: Zaratustra, Apolo e Wolfgang, todos sucessores um do outro. Os dois primeiros morreram e Wolf, por ser um cachorro muito chato e inconveniente, foi doado pela família. Nenhum dos três eram bons guardiães.Talvez porque desde pequenos tivessem recebido do bom e do melhor e se acostumassem a uma vida de diversão.
Lara e sua família estavam sem cachorro, se recuperando dos incômodos de Wolfgang. Foi quando surgiu Liselot, a número 4.
Liselot andava pela rua, abandonada, sarnenta e doente. Se demorava na frente da casa de Lara e ela e seu marido foram dando comida para a cachorra e ela foi se apegando a todos. Seu Matoso, esposo de Lara é que dava a comida a Lise (Lise era o hipocorístico de Liselot). Lise acabou sendo admitida no quintal e virou a cadela da casa.
Diferentemente de seus antecessores, Lise era uma excelente guardiã da casa. Joca, que já não frequentava tanto a casa da irmã porque se mudara de cidade, não era recebido por Lise com intimidades. Pelo contrário, Lise latia e chegou a ameaçar mordê-lo.
Lise sempre pareceu ser muito grata pela acolhida que lhe foi dada. Joca inclusive contou-me que sua irmã achava que Lise já tivera um dono e, por algum motivo, o perdera. É que a cachorra aparentava ter recebido boa educação: não entrava na casa, não latia por mera carência, fazia suas necessidades num lugar específico, enfim, um exemplo que deveria ter sido seguido pelos cães que a antecederam.
Mas seu Matoso ficou doente e morreu. Lara se mudou e Lise foi para a casa de um parente. Não se adaptou. O parente encarregou um veterinário de fazer laqueadura nas trompas de Lise e Sara (filha de Lara) acredita que a operação não tenha sido um sucesso. Seja por isso, seja por tristeza, o fato é que Lise perdeu o apetite e também morreu.

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