Seu Matoso, dona Lara, suas filhas Sara, Saula e Verônica tinham uma cadela chamada Zara, sucedida por Apolo. Morreu Apolo e seu Matoso comprou Wolfgang.
Joca, que me contou esta história, era meu amigo e irmão de Sara. Wolfgang acabou sendo chamado pelo hipocorístico Wolf. Wolf era um cão boxer, como seus antecessores Zaratustra e Apolo. Joca contou-me que Wolf foi o cão mais mal-educado e impertinente que conheceu. Apesar de Zara e Apolo terem a mania de vir correndo e se atirar em cima das pessoas de que gostavam, Wolf, fazia isso com muito mais frequência, abusando, assim, da paciência de qualquer um: tomava distância e vinha em desabalada carreira, se atirando em cima de quem entrasse no quintal, toda hora e todo o tempo. Era um cachorro grande, o que tornava suas investidas mais incômodas. Mesmo depois de adulto, Wolf continuava brincalhão e chato, muito chato. Tal como alguns humanos, Wolf era amigo, simpático, de ótimo coração e muito atencioso. Só que isso também o tornava chato e inconveniente: muitas vezes alguém entrava de roupa clara no quintal e lá vinha Wolf, com as patas sujas, correndo e se apoiando no corpo da pessoa. Joca reclamava disso, mas gostava de Wolf: entrava aos berros no quintal, avisando escandalosamente Wolf de sua chegada. E o cão logo vinha brincar com Joca.
A mãe de Joca também reclamava, apesar de estar sempre na casa da filha Lara: "Na casa de Lara todo mundo faz o que tem vontade, inclusive este cachorro Wolf".
Seu Matoso já andava sem paciência com Wolf, pois o cão era também muito carente: se não tinha alguém perto lhe dando atenção, gania, pulava, latia, enfim, fazia um escarcéu. E seu Matoso gostava de dormir à tarde e já não conseguia mais conciliar o sono. Então a paciência de todos foi se acabando, pois Wolf também não era um bom guardião da casa.
Deram Wolf para um conhecido e ficaram um tempo sem cachorro.
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