Divisão Sexual do Trabalho, da Moradia e morte de crianças
No Xingu, também há regras específicas, especialmente quanto à divisão do trabalho: carregar água é função da mulher, rachar lenha é função do homem, mas a mulher a transporta. O incesto é proibido. Os pais não surram os filhos, as pessoas são distribuídas nas malocas segundo sua condição: o dono fica na primeira rede à direita, lado em que ficam os solteiros; na ala dos casais as redes são superpostas, não o sendo na dos solteiros; só é permitido conversar na ala social da maloca (1) (espaço de 1 metro entre as duas portas). Caso nasçam filhos gêmeos, geralmente são mortos, pois, se um representa o bem e o outro, o mal, como saber distingui-los?
Só homens podem tocar e ver uma flauta denominada Jacuí, que num passado remoto só podia ser vista e tocada pelas mulheres (2).
Entre os Xavantes, os casamentos dos filhos são decididos pelos pais e a mãe leva a filha para conhecer seu futuro esposo.
Um homem que batia muito em sua mulher foi justiçado: teve a garganta cortada com taquara; as coxas e o corpo foram cortados com dente de piranha (ainda assim, sobreviveu ao castigo). Mas os narradores do fato dizem que esse costume não continua (3).
A foto acima foi tirada em 2001, perto de Manaus/AM, após apresentação de danças e rituais indígenas.
Notas:
1 – Entre os Arara, este espaço é o centro da casa, que equivale ao pátio da aldeia (TEIXEIRA-PINTO, Márnio. Ieipari – Sacrifício e Vida Social entre os Índios Arara (Caribe). São Paulo, Editora Hucitec Anpocs, UFPR, 1997, p. 264).
2 – VILLAS BÔAS, Orlando. A arte dos pajés: impressões sobre o universo espiritual do índio xinguano. São Paulo, Editora Globo, 2000, pp. 27, 30, 31, 33 e 79.
3 – SEREBURÃ et all. Wamrêmé Za’ra – Nossa Palavra: Mito e História do Povo Xavante. Tradução Supretaprã Xavante e Jurandir Siridiwê Xavante I. São Paulo, Editora SENAC São Paulo, 1998, pp. 22 e 106.
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