quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Marquês de Pombal


A foto é da estátua do Marquês de Pombal, em Lisboa.

Por boa parte do século XVIII Portugal foi administrado pelo Marquês de Pombal (1750-1777), figura polêmica, cuja notoriedade começou com a reconstrução de Lisboa, devastada por um terremoto em 1755.

É verdade que, no período, a nação lusitana era, para os escritores racionalistas de fora do país, um estereótipo de superstição e atraso. O clero era quase dez por cento da população, de modo que o Portugal do século XVIII foi "mais dominado por sacerdotes do que qualquer outro país do mundo, com a possível exceção do Tibete". Mesmo assim, após a década de 1750, Portugal era visto como a corporificação do Iluminismo, sendo a própria censura do Estado planejada para favorecê-lo. Pombal realizou uma administração marcante em Portugal: grande atividade legislativa, estabelecendo um sistema educacional financiado pelo Estado, reforma da Universidade de Coimbra, redução do poder da inquisição, abolição da escravatura em Portugal (mas não nas colônias) e modernização do Exército. Talvez a maior ênfase que a história do Brasil dê para o governo do Marquês de Pombal foi o conflito que teve com os jesuítas: a 3 de setembro de 1759 o governo português decretou a proscrição e a expulsão da Companhia de Jesus de todo o império. Não faltou, pois, quem se regozijasse com sua queda, quando da morte do Rei D. José I, em 1777: muita alegria e desordem nas ruas, libertação, por graça da Rainha D. Maria I – sucessora de D. José - de 800 presos políticos, bens de Pombal apedrejados, denúncias e sátiras. Num balanço final, a era pombalina em Portugal foi um misto de absolutismo e despotismo (absolutismo é a forma de governo que não é embaraçada por instituições parlamentares mas submete voluntariamente a leis e a validações os direitos dos súditos; despotismo é a tirania sem peias)*.


Notas:

*MAXWELL Kenneth. MARQUES DE POMBAL – PARADOXO DO ILUMINISMO. Tradução de Antônio de Pádua Danesi. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1996, pp. 17, 18, 92, 100, 161, 162, 163 e 168.

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