terça-feira, 13 de abril de 2010

MUÇULMANOS INVADEM A PENÍNSULA IBÉRICA





No ano de 711 ocorre a invasão islâmica da Península Ibérica pelos muçulmanos, conduzida pelo governador Musa ben Nusayr, da província de Ifriquyia, ou Ifriqiyya, atual Tunísia, e por seu Lugar-Tenente Tariq ben Ziyad. Tariq é o epônimo do Estreito de Gibraltar - corruptela lingüística de Djebel el-Tarik, A Montanha de Tariq, até então chamada de As colunas de Hércules. Esta invasão decorreu da crise que estourou com a sucessão do Rei Visigodo Witiza: um grupo majoritário da nobreza optou por eleger, um tanto tumulturiamente, Rodrigo. Um outro grupo decidiu apoiar a continuidade de algum familiar de Agila II, também Rei Visigodo. Como antes havia ocorrido em mais de uma ocasião, a facção minoritária pôde ver nos muçulmanos – que já se preparavam para assaltar o Reino Visigótico há algum tempo – o instrumento para se impor em uma guerra civil que, até então, havia ido muito mal para aqueles. Na batalha decisiva de Guadalete (julho de 711), muitos nobres visigodos desertaram, propiciando assim a derrota de Rodrigo e seus seguidores. Tarik, que obteve a primeira vitória, havia desembarcado com 12.000 berberes. No ano seguinte lhe seguiu seu senhor, Musa ibn Nusayr, com 18.000 árabes. Em pouco tempo, ou seja, já entre os anos de 716 e 719, acabaram-se as últimas resistências visigodas (leia mais aqui).
Os árabes tentaram continuar sua expansão pela Europa, mas foram derrotados na Batalha de Tours, em 732. Esta batalha , às vezes chamada de Batalha de Poitiers, tornou-se para sempre o símbolo da interrupção da expansão muçulmana para o norte da Europa (1). Ainda que não tenham se expandido para o norte da Europa, os muçulmanos ficaram mais 760 anos na Península Ibérica (781 ao todo, desde o ano de 711). Por haver somente Sunitas na Península, não houve divisão religiosa entre os muçulmanos.
As fotos acima são da Mesquita de Córdoba/Espanha e do quadro A Batalha de Poitier, exposto no Palácio de Versalhes/França.

Notas:
1 - MENOCAL, Maria Rosa. O Ornamento do Mundo. Tradução de Maria Alice Máximo. Rio – São Paulo, Record, 2004, p. 65.

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