quarta-feira, 17 de março de 2010

Procissão do Encontro 3






Foi com o nome de Procissão do Encontro que conheci este evento religioso, quando me dei por gente em Itajaí. Em Florianópolis é mais conhecida por Procissão do Senhor dos Passos, mas já vi no Google que é também conhecida por Procissão dos Santos Passos. A data desta procissão varia entre os domingos da quaresma, havendo lugares onde é feita na Quarta-Feira Santa. Em Valongo (Portugal), a Procissão ocorre em 14 de março (veja aqui); em Florianópolis, ocorre no penúltimo domingo antes da Páscoa; em Itajaí, já ocorreu no penúltimo domingo antes da Páscoa, depois no Domingo de Ramos e, agora, voltou a ocorrer no penúltimo domingo antes da Páscoa. Deveria ser deveria ser realizada na segunda Sexta-Feira da Quaresma (par. 491 das Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia). Esta mobilidade de uma Procissão (que já é, para os católicos, uma festa móvel) havida mais intensamente em Itajaí, talvez já caracterize a dificuldade com que tal o costume se mantém. Enquanto até hoje em Florianópolis há um público enorme acompanhando a Procissão, em Itajaí, desde a década de 1960, a quantidade de pessoas míngua a cada ano. Talvez por haver uma tradição de longa data em Florianópolis (200 anos) e curta, em Itajaí.
As imagens que estão nas fotografias acima foram trazidas para Itajaí em 1924, quando foram iniciadas as procissões. Foi a Irmandade do Senhor dos Passos que a trouxe, quando era presidida por meu avô, Joca Brandão (apelido de João Marques Brandão, como pode deduzir quem lê meu nome). Pelos relatos de meu pai, o episódio da compra das imagens pela Irmandade permeou o espaço público e o familiar. O Senhor dos Passos, a Nossa Senhora das Dores e o Senhor Morto foram pintados, ou repintados (ou retocados?) na casa do meu avô, pela Dona Gigi. O Senhor Morto ficava em cima da mesa da sala, que era um lugar de passagem, inclusive das crianças. Evidentemente que aquela imagem de um cadáver sobre a mesa dava muito medo nas crianças (meu pai tinha 4 anos de idade, então). A imagem do Senhor Morto era de um homem crucificado, com braços móveis que permitiam colocá-lo e tirá-lo da cruz. Com os braços abertos, ficava pregado na cruz; com os braços abaixados, era colocado num esquife e transportado na procissão de Sexta-Feira Santa. Na verdade, as três imagens retratam pessoas num momento de grande sofrimento: Jesus sofrendo sob o peso da cruz e a dor dos tormentos; Nossa Senhora vendo o filho naquela situação terrível.

2 comentários:

  1. gostei muito do seu comentario sobre estas procissoes, dr brandao, eu jas as conheço desde 1957/e uma pena que nao esta havendo cultivo para continuidade das mesmas, como em florianopolis, sao jose, porto belo, laguna imarui e outras, grato antonio carlos fabeni ricardo

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  2. esta procissao iniciava-se sabado da quaresma, saia da igreja velha em direçao a da vila operaria, o povo saia das suas casas e ia espera-la na rua silva ate a igreja da vila,/domingo era outra manifestaçao publica de fe e devoçao e sempre seu pai sr.alcino brandao e que organizava/e hoje..., mas graças ao atual padre da matriz estao fazendo esforçoe p/recuperar, falta mais propaganda e cultivo da tradiçao e fe. grato acfricardo

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