O encontro de Jesus com Nossa Senhora, em Itajaí, ocorre até hoje na frente da Igreja Matriz. O Senhor dos Passos vem da Igreja da Vila e a Nossa Senhora, da Igreja Velha (Imaculada Conceição). Como as imagens ficam durante o ano na Igreja Velha, há necessidade de trasladar o Senhor dos Passos para a Vila. Isto é feito no sábado à noite. A "procissão" (formalmente chamada de "traslado"), na década de 60, saía de Igreja Velha por volta das 19h30min. A imagem ia no andor, totalmente coberta dos lados, mas não em cima. Assim, só se via a ponta de um dos braços da cruz. O andor era levado por seis homens, que deviam ter a mesma altura e andar em passo cadenciado.
A "procissão" saía da Igreja Velha e rumava pela Rua Manoel Vieira Garção. Ali havia o Cine Luz, que anunciava o começo da venda dos ingressos mediante música tocada num alto falante de corneta. Durante a passagem da procissão, a música era desligada.
A "procissão" seguia pela Rua Guarani, nome depois mudado para José Bonifácio Malburg, Marcos Konder, Almirante Barroso, Alfredo Trompowski, até chegar na Igreja da Vila.
Na verdade, nunca chamaram esta ida para o Vila de “procissão”, mas sim de traslado, nome que se dá, até hoje, tanto em Itajaí quanto em Florianópolis, para a “procissão” que leva a imagem do Senhor dos Passos para o lugar de onde sairá para se encontrar com Nossa Senhora. Ainda para tornar mais peculiar esta "procissão", todos iam em passos muito rápidos. “A trote”, como dizia minha mãe.
Um certo ano, provavelmente na década de 1950, a imagem foi levada numa carroça para a Vila, coisa que era rememorada com tristeza e vergonha por minha mãe. O fato era visto como um escândalo. Muito mais tarde, creio que em 1999, vi a imagem ser levada da Igreja Velha para a Vila numa caminhonete: seria só porque faltava “quorum” para levar em procissão?
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