sexta-feira, 2 de abril de 2010

Via-Sacra 1



Até 1967 se fazia a descida da cruz num calvário montado ao lado da Igreja. A partir de então, a encenação passou a ser dentro da Igreja e nunca mais foi erguido o calvário de madeira. Esta segunda metade da década de 60, em Itajaí, deve ter sido um tempo de decadência econômica. Caiu a exportação de madeira, o Banco Inco, cuja Matriz era na cidade, foi vendido para o Bradesco (seguindo-se a conseqüente demissão de muitos empregados do alto escalão), a contratação dos serviços de Despachante Aduaneiro passou a ser facultativa (Decreto-Lei nº 37, de 18/11/1966). Em nível nacional, a inflação já atingira níveis preocupantes (o Decreto-Lei Nº 1, de 13/11/1965 institui o cruzeiro novo) e começava, em 1967, a reação ao Golpe de 64.
Em 1972 meu pai escreveu e dirigiu a encenação da Via-Sacra. Eram 14 estações, que terminavam com a ressurreição de Jesus. Ela foi encenada sob a direção de meu pai até 1977. Em 1978, com a morte de meu pai, passei a dirigir a encenação até 1984, quando me mudei de Itajaí.
Sob a direção de meu pai, os atores se vestiam com uma túnica (havia túnicas vermelhas, verdes e roxas), com uma cruz dourada nas costas (foto acima). A Via Sacra começava às 10 horas da manhã. Terminada a Via-Sacra, cerca de 11h30min, se ia nas casas com sacada pedir autorização para a Verônica cantar à noite.

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