sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Trabalhador Brasileiro

Esta semana vi uma matéria de capa na Veja que me deu vontade de comprar a revista, coisa que tenho imensa dificuldade para fazer. Tratava-se de uma pesquisa sobre o opinião de habitantes de alguns países sobre o brasileiro. Como o tema parecia muito interessante, comprei a revista. Fui direto à matéria, para não me irritar. Do texto, extraí de interessante o seguinte: 
"Para o brasileiro, a virtude sempre esteve associada mais ao tempo e esforço despendidos no trabalho. Em países como os Estados Unidos, por exemplo, os fatores que contam são a produtividade e o cumprimento de metas", diz Jorge Arbache, professor de economia da Universidade de Brasília. A cada hora trabalhada no Brasil, um funcionário produz, em média, 7 dólares. No mesmo período, um chileno produz 14 dólares e um americano, 37 dólares." (Veja nº 2250, ano 45, nº 1, 4/jan/2012, p. 74).
Não sei de pesquisas que comprovem este comportamento do brasileiro, mas uma experiência pessoal marcou-me muito: certo diz perguntei a um mestre de obras porque certos modelos de pás eram retas, com uma aba na parte de cima para apoio do pé; e outros modelos, em que as pás eram curvas, sem a aba para apoio dos pés. Ele respondeu-me que a que tinha a aba era para vadios e a que não tinha, era para trabalhadores. Depois vi que a que tinha aba se destinava a cavar (e a aba aumentava a produtividade do trabalhador, pois o esforço da mão no cabo era potencializado pelo esforço do pé na pá) e a que não tinha aba era para mover areia. Detalhe: o mestre de obras havia sido dono de uma empreiteira e estava falido, sendo obrigado, para sobreviver, a trabalhar na informalidade.
Talvez a operação do Direito também padeça do mesmo defeito: peças processuais quilométricas, para mostrar dispêndio de tempo e esforço, sem mensuração dos resultados obtidos (ganhos de causas pelos advogados, confirmação de sentenças dos Juízes, condenação de réus denunciados pelo Ministério Público etc).   

Um comentário:

  1. Caroline Wachholz Martin de Souza29 de outubro de 2012 às 16:52

    Dr. Brandão,

    Tudo bem com o senhor? É a Caroline, que fez estágio aí na PRM em 2006.

    Ao ver um colega usando suspensório lembrei-me do senhor e dei um "google" no seu nome... assim encontrei o seu blog. Estou lendo alguns posts e estou adorando (inclusive este).

    Abraço,

    Caroline

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