domingo, 28 de fevereiro de 2010

22 de abril de 2000



Em 1995 fui a Porto Seguro. Decidi-me, ainda lá, em 1995, a ir de novo em 2000, para ver as comemorações dos 500 anos. Fui em 2000. A comemoração, porém, foi empanada pelos protestos políticos. Uma pena. A data rara, ficou na discussão se havia sido bom ou não para os índios a chegada de Cabral.
Boa ou ruim, a chegada de Cabral aconteceu e não há quem tenha planos de devolver o país para os índios. Algo como querer purificar Portugal dos romanos (que o invadiram em 196 a.C.), ou dos visigodos (invasão em 482), ou, ainda, dos muçulmanos (711). Seria como querer retirar da língua portuguesa as palavras latinas (inúmeras), visigóticas, ou árabes. Ou tirar do idioma que falamos no Brasil as palavras tupis ou guaranis (pipoca, catapora, jibóia etc).
Sem Cabral, não existiríamos. É a realidade. Perdemos tempo, em abril de 2000, e deixamos de comemorar muitas coisas.

Um comentário:

  1. Esse sentimento de culpa com relação aos índios é parte dessa bobagem politicamente correta. Tudo por causa daquela fantasia do Rousseau de que o índio é bonzinho porque está mais próximo do estado natural. Se for pra pensar assim, tem que vasculhar o mundo atrás de todos os povos já dominados. Romanos, gregos, persas, espanhóis, portuguese, holandeses, todos já tomaram o que era de outrem. Daqui a pouco vão querer tirar a copa dos franceses porque metade dos jogadores, no mínimo, vinham das colônias.

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