quarta-feira, 7 de julho de 2010

Banheiros de Uso Comum


Conheço poucos banheiros de uso comum que são satisfatoriamente limpos. Banheiro limpo é aquele que se usa sem receio e sem nojo. Os banheiros mais limpos que vi foram na Disneylândia, em Orlando. As privadas tinham um sensor que, quando o usuário se levantava, a descarga era acionada automaticamente. Os tampos, na parte da frente, ou eram mais amplos, ou eram abertos. Ou seja, o pênis do usuário que estivesse defecando não ficava em contato com o bacio. O chão era limpo, sem pingos de urina; quando há estes pingos nauseabundos, o usuário que preza pela higiene e se senta no bacio, tem que passar um papel no chão para não molhar a calça. Não vi banheiros assim limpos nem em São Paulo (shoppings e aeroportos), nem no Rio de Janeiro; nem em outras cidades que visitei; nem em Blumenau, Balneário Camboriú, Itajaí e Florianópolis, que é onde mais circulo. Sempre há uma sujeira no bacio, ou no chão; ou o bacio é pequeno demais e parte "das partes" encosta na porcelana, enfim, sempre se fica com um certo receio de contaminação ou nojo mesmo. Nos restaurantes a coisa não é melhor. E aí a sensação é pior ainda, pois se julga a limpeza da cozinha de um restaurante pela limpeza do banheiro. Falo aqui só dos banheiros masculinos, pois não conheço os femininos. Os tais “pipis-móveis” então são um desastre, uma imundície: escuros, sem espaço e sem higiene. Para urinar já são ruins; para defecar, terríveis: o fulano nem se sente seguro para sentar.
Os mictórios também não ficam melhor. Geralmente são feitos para homens altos, de modo que os mais baixos mal conseguem alcançar o recipiente. Além disso, ficam sujos de urina e pelos pubianos. Altos ou baixos, quem urina quase sempre deixa pingar urina no chão; e o usuário seguinte tem que urinar com os pés na urina dos outros que o antecederam. O mictório mais higiênico que vi foi no McDonald's da Avenue des Champs Elysees de Paris. A montagem acima dá uma idéia: eram três placas de granito e uma grade embaixo. O usuário dirigia o jato de urina para a placa do meio, que era lavada por um esguicho de água. Eventuais pingos de urina caíam na grade, que ficava sobre um grande ralo, por onde escorriam, sem ficar qualquer resíduo no chão. Muito prático e eficiente. Também foi em Paris, Montmartre, perto da Igreja do Sacré Coeur, que vi o banheiro público mais prático de todos: abre-se uma porta e dentro há uma bacia, na qual se pode urinar ou defecar. Acima, corre uma água para lavar as mãos. Depois do uso e ao se fechar a porta, tudo o conjunto se recolhe automaticamente para um nicho, onde recebe um jato d´água que tudo limpa; e o equipamento volta à posição normal.
Mas não bastam as tecnologias: por mais lambonas, ou porcalhonas que as pessoas que usam banheiros sejam, esta lambonice é parte do uso, é consequência do uso. Logo, há que se ter cuidado com a limpeza, também, ou seja, há que ter alguém encarregado de limpar, com a frequência desejada.

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